Águas da Prata ficou menor e mais triste: Luiza nos deixou. Perdemos a amiga, a incentivadora e talvez a maior expressão de amor por esta cidade. Deixa um exemplo de vida e de fé que nenhum revés conseguiu abalar.
Lembro da Luiza, mãe. Onze filhos, onze cidadãos da melhor qualidade que ela deixou de presente para a cidade que amava - dois estão com ela, mais felizes agora.
Lembro da Luiza mulher, que sorvia, com entusiasmo, o que vida tem de melhor: o amor dos filhos (noras e genros também são filhos), netos, a amizade, a arte, a poesia, a energia e perfeição em tudo o que fazia.
Lembro da Luiza da Academia de Letras de São João da Boa Vista, escritora premiada da cadeira do Drummond. (na foto, com Clineida e Maria Célia)
Lembro da Luiza amiga: papos no banco "me dá uma carona? meus filhos não me deixam mais dirigir".
E o café? "Vai lá em casa, botar o papo em dia..." Tantas vezes combinado, o tempo passou e não fui. Que pena!
Talvez ela não tenha sabido o quanto era amada por todos os pratenses, talvez sim.
Para você Luiza, de Manuel Bandeira, um poema que retrata sua vida:
"Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar."
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