Hoje, como surgiu a Amarribo - mãe de todas as Ongs da Rede e a Asajan do Fábio Oliva, nosso cassador oficial de prefeitos - em 4 anos foram sete e o oitavo está em processo de cassação.
Em meio a escândalos envolvendo mensalão, desvio de verbas, nepotismo e outras práticas ilegais, uma nova iniciativa de combate à corrupção surge no Brasil. São cidadãos que, cansados de ver o dinheiro público ser gasto indevidamente, decidiram tomar alguma atitude.
A inspiração de muitas entidades de combate à corrupção é a Associação dos Amigos de Ribeirão Bonito (Amarribo), criada em 1999 para melhorar a qualidade de vida da cidade do interior paulista. "Percebemos a dificuldade de fazer melhorias porque sempre esbarrávamos nos desvios de recursos. Então decidimos investigar", conta a diretora de combate à corrupção da entidade, Lizete Verillo. As investigações resultaram em acusações que levaram à renúncia do prefeito de Ribeirão Bonito, Sérgio Buzzá (PMDB), em 2002. Hoje, a Amarribo mantém uma rede de 187 entidades semelhantes, que lutam contra a corrupção em várias cidades do país. "Cerca de 30% das cidades brasileiras já entraram em contato pelo menos uma vez com a nossa associação. É um crescimento impressionante" avalia Lizete.
Uma dessas associações está em Januária, no Norte de Minas. A indignação contra a má administração levou o jornalista Fábio Oliva a criar a Associação dos Amigos de Januária (Asajan). "Meu pai morreu em uma ambulância a caminho de Montes Claros porque o combustível acabou no meio do caminho", conta. Quando o mesmo quase aconteceu com seu sobrinho, ele e um grupo de moradores decidiram agir. Em 2004 criaram a ONG, e, desde então, seis prefeitos com indícios de corrupção deixaram a prefeitura por ações que partiram da entidade. "Passamos a fazer um acompanhamento sistemático das licitações de Januária. Descobrimos que 80% das fraudes estão lá", explica Oliva. A Asajan ainda não tem sede, telefone ou computadores próprios, mas já ajudou a fundar outras cinco entidades semelhantes no Norte de Minas Gerais e em São Paulo. O jornalista afirma que o apoio da população foi fundamental nos trabalhos da entidade. "Começamos a receber cópias de documentos, telefonemas anônimos sobre casos de desvios. Uma entidade assim só consegue funcionar com o apoio da população", avalia Fabio Oliva.
Fonte: Murilo Rocha
Jornal "O Tempo"
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